domingo, 3 de outubro de 2010

Hedonismo


Como eu desejo voltar no passado, voltar em uma época que nós éramos a Segunda Guerra, e que agora sou só o destroço dela, sou só um rio esperando que a Terceira Guerra venha, que você venha, em busca de água para teu país, que venha matar a tua sede em mim. A Guerra que me parecia inevitável, mas que você sempre consegue evitar, matando a sua sede de pouco em pouco, em outros riachos afluentes. Mas agora eu percebi qual foi o erro da minha conjectura: eu não considerei os outros rios. E agora eu, seu primeiro rio, o rio por qual você sofreu, por qual você chorou e alimentou pequenos riachos com suas lágrimas, tão preciosas lágrimas, esquecido e trocado por um rio, um rio que já tem uma bacia pra alimentar, tem provoca com poucas gotas. É só pra você desejar beber daquela água, que tem o mesmo valor, mas que deteriora o paladar. E agora, todos os sentimentos, até os que não são afluentes até você, estão justafluvial, que se afugentaram desde que você fez essa reversão em meu curso fluvial. Isso foi no momento em que você pisou em minha terra.
Voltar, isso não adiantaria. Pois a hidrelétrica que eu abasteço gastaria a mesma água que eu daria a você, me deixando em dúvida se o que eu te cedia era suficiente para te hidratar.

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